Histórias dos Violões na Velha São Paulo, ep. 5

Sejam muito bem-vindos!

Mário Amaral, Revista Ariel, 1924
Tarsila do Amaral – A Mulher e o Violão


Atelier de Tarsila do Amaral

Em 1924, ele mereceu um grande artigo escrito por Eustáchio Alves, violonista que atuou no Rio de Janeiro e foi aluno de Josefina Robledo. Alves, no texto que recebeu o título “Um Grito D’alma: Impressões sobre o violonista brasileiro Mário do Amaral e Souza”, dirigindo-se a Amaral, iniciou uma digressão sobre sua própria ligação com o violão: “você não pode calcular a minha satisfação em ouvi-lo e, para avaliá-la, mister se faz que lhe conte um pouco de história antiga”. Ao citar o período em que foi aluno de Josefina Robledo, Alves comparou Amaral à violonista espanhola:



[1] Correio Paulistano, 01 de setembro de 1922, p.5.

[2] A Gazeta de São Paulo, São Paulo, ano XIX, n. 5586, 07 set. 1924, p. 6.

Entretanto, a mais curiosa menção sobre Mário Amaral veio de outro Mário, o de Andrade, juntamente com o que parece ser o único resquício de sua obra: a melodia de uma valsa lenta chamada Saudosa, que o poeta paulistano registrou na segunda parte do Ensaio Sobre Música Brasileira (1928), em “Exposição de Melodias Populares”, com o seguinte texto:



[3] ANDRADE, Mário. Ensaio sobre música brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 2006, p. 73.

Melodia da Valsa publicada no Ensaio sobre música brasileira, em 1928.

A valsa Saudosa recebeu arranjo (2021) elegante e moderno do violonista e compositor Edmilson Capelupi, que remete às composições de Francisco Mignone.  Embora tenha atualizado a linguagem, o arranjo de Capelupi consegue retratar o ambiente seresteiro que a melodia de Mário Amaral inspira, seja na condução das vozes ou na introdução de respostas características dos contrapontos dos tradicionais regionais de choro. Trata-se de uma valsa nostálgica, lenta, composta em tonalidade de lá menor, em duas partes.


[4] Ariel Revista de Cultura Musical, São Paulo, ano II, n. 13, 1924, p. 467.

Voice-over: Biancamaria Binazzi
Dramatização dos trechos dos periódicos: Artur Mattar
Vinheta: Sabãozinho, João Avelino de Camargo, arranjo Edmar Fenício. Violão, Flavia Prando.
Músicas incidentais: Tarsila do Amaral – Rondo d’amour (Elke Riedel, soprano; Durval Cesetti, piano)
Josefina Robledo Capricho Árabe de Francisco Tarrega.

Mario de Andrade, Viola Quebrada (Ivan Vilela e Ary Kerner ) Instrumental SESC Brasil

Concepção, criação, pesquisa e narração: Flavia Prando

FLAVIA PRANDO Escrito por:

Violonista, doutora e mestre em Música pela USP e bacharel em Música UNESP. É Pesquisadora no CPF-SESC e atua como regente da Camerata de Violões Infanto-Juvenil do Projeto Guri Santa Marcelina.

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